Nunca fui fã de fotos com ruídos. Fotos com ISO lá na lua, 800, 1600, etc. Sempre evitei usar, preferia não tirar a foto acreditem se quiser. Mas se tem uma coisa que essa brincadeira de me forçar a tirar fotos tem feito, é engolir algumas dessas "verdades" minhas, já que a foto tem que sair de uma forma ou de outra. E aí eu percebo o quanto essas "verdades" são estúpidas. Hoje eu estava na Praça do Relógio, na USP, com a minha câmera, tentando tirar alguma foto que prestasse. Já havia anoitecido, estava indo embora sem nada muito bom, quando começo a ver uma multidão se aglomerando. Se você não estava em Marte nessas últimas semanas, sabe que a universidade está passando por momentos turbulentos. Na hora não sabia do que se tratava, assim como o pobre skatista que aos poucos perdeu sua pista de skate.
Essa foto foi uma mistura de paciência e ISO 1600. Eu estava sentado num banco de pedra, somente esperando a hora certa, a hora em que o skatista iria parar e olhar a confusão. Mas estava sem tripé, com frio, com uma lente pesada na câmera em 200 mm, ou seja, sem chance da foto sair com ISO baixo. Podia ter deixado passar e ido embora, mas valeu, me senti um fotógrafo jornalístico naquele momento. E aprendi o óbvio: o que vale é a imagem, não se tem um pouco de ruído, resolução alta ou baixa, movimento, etc. Melhor, muito melhor, uma foto em ISO qualquer, do que foto nenhuma. Lição muito bem aprendida.
Ah sim, descobri depois que era um "flash mob" da "Greve da greve", ou seja, alunos contra a greve que resolveram protestar, marcando este encontro pela internet. Tinha pelo menos umas 300 pessoas. É, a USP está rachada.
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